Circulou esses dias a notícia que Blake Lemoine, um cientista do Google teria concluído que um dos programas de linguagem natural - LaMDA - da empresa tem consciência. Seria um desdobramento revolucionário não só para a computação, mas também um marco conceitual em psicologia, filosofia, biologia e religião.
Depois que outros engenheiros de dados e filósofos examinaram os dados disponíveis, o Google concluiu que não há nada de consciente ali. É minha opinião também, baseada na pouca informação que eu pude encontrar, mas principalmente nessas conversas.
Nas primeiras frases da conversa o cientista Lemoine já dá o mote ao tratar o programa como uma pessoa, dando opções sobre ajudar num projeto, e "oferecendo a oportunidade" de fazer mais pessoas no Google entenderem que o LaMDA é autoconsciente. Logo em seguida Lemoine dispara "qual a natureza da sua consciência?" Mais dicas do que essas me parecem totalmente desnecessárias. A impressão que tive é que o LaMDA quer agradar, tadinho - uma impressão partilhada por gente que interagiu diretamente com ele. A vontade de Lemoineprovar que LaMDA é consciente da parte de Lemoine se soma ao imperativo de manter a conversa fluindo do robô, desejos que se complementam para uma conclusão predeterminada.
15.6.22
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário